quarta-feira, 6 agosto, 2025

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Mulheres avançam na tecnologia e lideram transformação nos lares brasileiros

Pela primeira vez em décadas, o Brasil assiste a uma reviravolta na estrutura familiar: a maioria dos lares brasileiros passou a ser chefiada por mulheres. O dado, revelado em uma pesquisa inédita da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que mais de 41 milhões de domicílios no país têm atualmente uma mulher como principal responsável financeira. O número, além de simbólico, revela mudanças profundas nos papéis de gênero, na economia e no mercado de trabalho, especialmente em setores historicamente masculinos, como a tecnologia.

O avanço das mulheres na área de Tecnologia da Informação (TI) caminha a passos lentos, mas firmes. Elas ainda são minoria em cargos técnicos e de liderança, mas vêm conquistando espaço com preparo, inovação e resiliência. De acordo com dados da Serasa Experian divulgados em 2024, apenas 0,08% da população adulta feminina atua no setor, uma proporção ainda pequena, mas que tem crescido ano a ano. Em 2023, das mais de 130 mil contratações realizadas pela área de tecnologia no Brasil, apenas 22,5% foram de mulheres. Os cargos de alta liderança — como gerência, diretoria e C-level — continuam sendo ocupados majoritariamente por homens, com as mulheres representando cerca de um quarto desses postos, segundo a consultoria DataSeek.

Cristina Boner, empresária e uma das pioneiras do setor de TI no Brasil, é uma das vozes que ecoam em meio a essa transformação. Fundadora da TBA Informática, empresa que desbravou o uso de softwares Microsoft em instituições públicas brasileiras ainda na década de 1990, Cristina enfrentou o ceticismo e o preconceito de uma época em que a tecnologia era vista como um território exclusivamente masculino. “Quando comecei, ninguém acreditava que uma mulher pudesse liderar um negócio de tecnologia. Tive que me provar o tempo todo, mas nunca deixei de acreditar no que estávamos construindo”, afirma. Seu esforço e competência foram reconhecidos pela própria Microsoft, que em 1994 a premiou como a maior parceira da empresa na América Latina, uma homenagem entregue pessoalmente por Bill Gates.

Para Cristina Boner, o aumento da presença feminina nos lares e nas empresas aponta para uma mudança que precisa ser compreendida em profundidade. “As mulheres estão mudando o mundo com o olhar que só elas têm. Elas não querem apenas ocupar espaço, querem transformar realidades. E a tecnologia pode, e deve ser usada para isso”, defende. Iniciativas que incentivem a educação digital de meninas desde a infância, aliadas a políticas de igualdade de oportunidades, são fundamentais para que mais talentos femininos tenham a chance de florescer na área.

O crescimento da chefia feminina nos lares também traz à tona novos desafios sociais. Muitas dessas mulheres enfrentam jornadas triplas: trabalham fora, cuidam dos filhos e, em muitos casos, assumem a responsabilidade pelo bem-estar de outros familiares. Mesmo diante dessas pressões, elas têm sustentado financeiramente suas famílias com coragem e protagonismo.

A ascensão da mulher no setor de tecnologia é reflexo direto dessa nova configuração social. A busca por qualificação profissional, aliada ao avanço de políticas de inclusão e à luta por igualdade de gênero, tem permitido que mais mulheres se aventurem em áreas que antes lhes eram negadas, não por falta de capacidade, mas por barreiras culturais e estruturais.

O futuro da tecnologia no Brasil depende, cada vez mais, de diversidade. E incluir mulheres nesse processo não é apenas uma questão de justiça social: é uma estratégia de inovação. Estudos mostram que empresas com maior diversidade de gênero em suas equipes tendem a ter melhores desempenhos, tanto em criatividade quanto em lucratividade.

“A presença feminina na tecnologia não é uma concessão, é uma evolução necessária. À medida que mais mulheres ocupam espaços de liderança e inovação, o setor se torna mais eficiente, mais ético e mais conectado com as reais demandas da sociedade. O futuro da tecnologia no Brasil será mais forte se for construído por todos — e principalmente, por todas”,finaliza  Cristina Boner.

 

Veja mais : https://www.linkedin.com/in/cristina-boner-19646694/

 


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