O Brasil assumiu com destaque a presidência rotativa do BRICS em 2025, marcando um momento histórico para a diplomacia nacional e o fortalecimento das relações Sul-Sul. A Cúpula do BRICS 2025 será realizada nos dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, reunindo líderes das maiores economias emergentes do mundo em um evento que promete impactar significativamente o cenário geopolítico global.
O grupo BRICS, que originalmente incluía Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se consideravelmente nos últimos anos. Em 2025, o bloco conta com 11 membros plenos, incluindo Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Essa expansão reflete a crescente importância do grupo como voz do Sul Global e contraponto às tradicionais potências ocidentais agrupadas no G7.
Sob o lema ‘Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável’, a presidência brasileira estabeleceu seis prioridades estratégicas: Cooperação em Saúde Global, Comércio, Investimentos e Finanças, Mudança do Clima, Governança da Inteligência Artificial, Arquitetura Multilateral de Paz e Segurança, e Desenvolvimento Institucional do BRICS.
O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou que o evento no Rio de Janeiro reunirá chefes de Estado dos 20 países que integram o BRICS nas duas categorias – membros plenos e parceiros. As decisões tomadas durante a cúpula terão impacto direto no desenvolvimento econômico e na cooperação internacional, afetando positivamente a vida de bilhões de pessoas nos países-membros.
A escolha do Rio de Janeiro como sede não foi por acaso. A cidade, que já demonstrou sua capacidade de sediar grandes eventos internacionais como o G20, reforça sua posição como centro estratégico para a diplomacia global. O Museu de Arte Moderna (MAM) será o principal palco das discussões, oferecendo um ambiente que combina modernidade e a rica cultura brasileira.
Os números impressionam: os países do BRICS representam atualmente 39% da economia mundial, 48,5% da população global e 23% do comércio internacional. Para o Brasil, a importância econômica é ainda mais evidente – em 2024, os países do bloco receberam 36% das exportações brasileiras e foram origem de 34% das importações nacionais.
A preparação para o evento mobilizou diversas esferas do governo. Mais de 200 reuniões online e presenciais foram realizadas ao longo da presidência brasileira, incluindo encontros ministeriais e técnicos. O Fórum Parlamentar do BRICS, realizado em junho em Brasília, reuniu representantes de 15 países e estabeleceu diretrizes importantes que serão levadas à cúpula principal.
Entre as inovações desta edição está a participação formal da sociedade civil. Pela primeira vez na história do grupo, representantes de movimentos sociais e organizações não-governamentais tiveram espaço oficial para apresentar propostas diretamente aos negociadores principais dos países-membros.
Fonte: Agência Brasil