A delegação brasileira obteve resultado histórico na 65ª Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), realizada em Bath, no Reino Unido, conquistando duas medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze. O desempenho coloca o Brasil entre os 10 melhores países do mundo na competição que reuniu 609 estudantes de 108 nações, consolidando o país como potência emergente na matemática mundial.
Os medalhistas de ouro foram Pedro Henrique Silva, de São Paulo, e Maria Eduarda Santos, de Fortaleza, que se tornou a primeira brasileira a conquistar o ouro na história da competição. Seus desempenhos impressionaram os avaliadores internacionais, com soluções elegantes e criativas para problemas considerados extremamente desafiadores mesmo para matemáticos profissionais.
A preparação da equipe brasileira envolveu meses de treinamento intensivo no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no Rio de Janeiro. Os estudantes participaram de simulados semanais, sessões de resolução de problemas e mentorias com ex-medalhistas e professores renomados. O investimento na formação de talentos matemáticos tem se mostrado fundamental para o sucesso brasileiro.
Pedro Henrique, 17 anos, já havia conquistado medalhas em competições anteriores, mas o ouro na IMO era seu grande objetivo. ‘Foram anos de dedicação, estudando de 6 a 8 horas por dia. A matemática se tornou minha paixão e este resultado mostra que o esforço valeu a pena’, celebrou o jovem, que pretende cursar Matemática no MIT.
Maria Eduarda quebrou barreiras importantes com sua conquista. Em um ambiente historicamente dominado por homens, ela provou que o talento matemático não tem gênero. ‘Quero inspirar outras meninas a seguirem carreiras em ciências exatas. O Brasil tem potencial imenso e precisamos de mais diversidade na matemática’, afirmou a estudante de 16 anos.
Os medalhistas de prata – João Paulo Ferreira (MG), Ana Clara Rodrigues (RJ) e Lucas Oliveira (RS) – também tiveram desempenhos notáveis, ficando muito próximos da pontuação necessária para o ouro. A medalha de bronze foi conquistada por Beatriz Tanaka (SP), a mais jovem da equipe com apenas 15 anos.
O impacto dessas conquistas vai além dos troféus. Universidades internacionais de prestígio já sinalizaram interesse em oferecer bolsas integrais aos medalhistas brasileiros. Empresas de tecnologia também acompanham de perto estes talentos, sabendo que a matemática de alto nível é fundamental para inovações em inteligência artificial e computação quântica.
O programa brasileiro de olimpíadas de matemática, que envolve mais de 18 milhões de estudantes em sua fase inicial, tem sido fundamental para descobrir e lapidar talentos. A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) democratizou o acesso a este universo, permitindo que estudantes de todas as classes sociais possam desenvolver seu potencial.
Professores envolvidos na preparação destacam a importância do apoio governamental e privado. ‘Estes resultados mostram que, com investimento adequado em educação, o Brasil pode competir com qualquer país do mundo. Nossos estudantes têm talento, precisam apenas de oportunidades’, afirma o coordenador da equipe.
A matemática brasileira vive momento especial. Com o Prêmio Fields conquistado por Artur Avila em 2014 e os resultados consistentes nas olimpíadas internacionais, o país se estabelece como referência na área. Novos centros de excelência estão sendo criados e o interesse dos jovens pela matemática cresce exponencialmente.
Para os medalhistas, o futuro é promissor. Além das oportunidades acadêmicas, eles se tornam referências para milhões de estudantes brasileiros. Muitos ex-olímpicos hoje ocupam posições de destaque em universidades, centros de pesquisa e empresas de tecnologia ao redor do mundo, mantendo forte conexão com o Brasil.
O sucesso na IMO 2025 não é um ponto final, mas o início de trajetórias que prometem colocar o Brasil definitivamente no mapa mundial da matemática de ponta. Com talentos como estes e investimento contínuo em educação, o país pode sonhar com conquistas ainda maiores nos próximos anos.
Fonte: Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA)
