domingo, 3 agosto, 2025

Inspirados pela união, movidos pelo carinhoExperiência que se vê. Confiança que se senteA vida acontece aqui!

Light
Dark

SUS amplia proteção infantil com nova vacina contra vírus sincicial respiratório

O Sistema Único de Saúde (SUS) deu um passo significativo na proteção da saúde infantil ao anunciar a incorporação de duas tecnologias inovadoras para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR). Esta decisão representa um marco importante na política de saúde pública brasileira, especialmente na redução da mortalidade infantil.

O vírus sincicial respiratório é uma das principais ameaças à saúde dos bebês brasileiros, sendo responsável por aproximadamente 80% dos casos de bronquiolite e até 60% dos quadros de pneumonia em crianças menores de 2 anos. Os números são alarmantes: entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações de bebês prematuros devido a complicações relacionadas ao VSR.

As duas tecnologias aprovadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) são o anticorpo monoclonal nirsevimabe e a vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B. Cada uma atende a públicos específicos e complementares, formando uma estratégia abrangente de proteção.

O nirsevimabe representa uma revolução no cuidado com bebês prematuros e crianças de até 2 anos com comorbidades. Como anticorpo monoclonal, ele fornece proteção imediata contra o VSR, sem necessidade de estimular o sistema imunológico ainda imaturo da criança. Esta característica o torna especialmente valioso para os grupos mais vulneráveis.

A vacina para gestantes, por sua vez, trabalha de forma preventiva através da imunização materna. Quando aplicada durante a gravidez, ela induz uma resposta imunológica na mãe, garantindo que o recém-nascido receba anticorpos protetores ainda no útero. Esta proteção é crucial nos primeiros meses de vida, período de maior vulnerabilidade às infecções respiratórias graves.

O impacto esperado desta medida é extraordinário. Estudos apresentados à Conitec indicam que a vacina para gestantes pode prevenir aproximadamente 28 mil internações anuais. A estratégia combinada das duas tecnologias tem potencial para proteger cerca de 2 milhões de bebês brasileiros em seus primeiros meses de vida.

Comparado ao protocolo atual, que utiliza principalmente o palivizumabe para casos muito específicos, a nova abordagem ampliará significativamente o alcance da proteção. O nirsevimabe, sozinho, beneficiará 300 mil crianças a mais do que o sistema atual permite.

A decisão do Ministério da Saúde reflete não apenas avanços científicos, mas também um compromisso renovado com a saúde materno-infantil. Em um país continental como o Brasil, onde as desigualdades no acesso à saúde ainda persistem, a disponibilização universal dessas tecnologias pelo SUS representa um importante passo para a equidade.

Para as famílias brasileiras, especialmente aquelas com bebês prematuros ou em situação de vulnerabilidade, esta notícia traz esperança e alívio. A redução no número de hospitalizações não apenas salvará vidas, mas também diminuirá o sofrimento de milhares de famílias que enfrentam a angústia de ver seus bebês lutando contra infecções respiratórias graves.

A implementação destas novas tecnologias no SUS reafirma a importância do sistema público de saúde brasileiro, um dos maiores do mundo, e sua capacidade de incorporar inovações científicas para benefício de toda a população.

Fonte: Ministério da Saúde

Assessor de imprensa há 15 anos. Apaixonado pela comunicação jurídica. Jornalista, colunista no Uol, iG e editor-chefe da A Fonte Magazine.

Comments (0)

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *