terça-feira, 25 novembro, 2025

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Mais da metade das infecções por Staphylococcus aureus no Brasil já são resistentes a antibiótico

De acordo com o mais recente relatório do Sistema Global de Vigilância da Resistência e do Uso de Antimicrobianos (Glass), divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada seis infecções bacterianas no mundo apresenta resistência a antibióticos. No Brasil, o cenário é particularmente preocupante, pois o Staphylococcus aureus, que pode causar desde infecções de pele simples até infecções sistêmicas graves, foi o patógeno mais prevalente nas infecções da corrente sanguínea, representando 36,9% dos casos, sendo que mais da metade (52,8%) mostrou resistência à meticilina (um dos antibióticos mais usados no tratamento dessas infecções).

Outras bactérias, como Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli, também apresentaram altos índices de resistência. No país, a K. pneumoniae mostrou 41,1% de resistência ao imipenem, um antibiótico de reserva, enquanto a E. coli teve 34,6% de resistência às cefalosporinas de terceira geração, medicamentos de primeira escolha. O levantamento ainda aponta que infecções urinárias causadas por E. coli têm alta resistência ao cotrimoxazol (46,8%) e às fluoroquinolonas (37,5%).

Para a infectologista Dra. Marta Fragoso, do Hospital VITA, o fenômeno preocupa pela gravidade e pelos impactos diretos sobre a saúde pública. “É a capacidade dos microrganismos, principalmente bactérias, desenvolverem mecanismos de sobrevivência, através da seleção natural, quando expostos aos antibióticos. As infecções causadas por esses microrganismos resistentes tornam-se muito difíceis ou impossíveis de se tratar em função da falta de antibióticos capazes de eliminá-los”, explica.

Segundo a médica, o aumento da resistência bacteriana é resultado do uso indiscriminado e incorreto de antibióticos, tanto em humanos quanto em animais e plantas. “A principal causa do aumento do desenvolvimento da resistência bacteriana aos antibióticos é o uso em larga escala dessas drogas, com ou sem indicação médica, bem como a utilização de forma errada, manutenção do tratamento por menos ou mais tempo do que o indicado ou uso em infecções virais, que não respondem a antibióticos”, destaca.

“Outra causa de grande relevância é a utilização dos antibióticos nas práticas de produção de alimentos como peixe e carnes, introduzindo-os nas rações como fator de crescimento rápido”, completa. O uso frequente e em doses baixas cria um ambiente que favorece a seleção de bactérias resistentes, que sobrevivem e se multiplicam. Com o tempo, essas bactérias podem se espalhar entre animais, contaminar o ambiente e chegar aos seres humanos, tornando as infecções mais difíceis de tratar.

Infecções mais comuns

Entre as infecções mais comuns associadas a bactérias resistentes estão as do trato urinário, respiratórias, de corrente sanguínea, de pele e partes moles e do trato digestivo. A OMS identifica como microrganismos de maior preocupação espécies como Acinetobacter baumannii, Mycobacterium tuberculosis, Enterococcus faecium, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella e Neisseria gonorrhoeae.

A especialista alerta ainda para as consequências diretas desse cenário. “O aumento da mortalidade por incapacidade de tratar infecções anteriormente mais simples é uma das maiores preocupações. Estima-se que as mortes por infecções resistentes possam superar as mortes por câncer até 2050”, afirma.

“Também há aumento no tempo de internações, nas sequelas, nos custos da assistência à saúde e na ocorrência de infecções relacionadas ao atendimento hospitalar. Tudo isso impacta a qualidade de vida e a sobrevida após procedimentos médicos como transplantes, cirurgias e quimioterapias”, complementa.

Para reduzir o avanço da resistência bacteriana, a infectologista reforça a importância de ações conjuntas entre profissionais de saúde e a população. “A população pode contribuir utilizando antibióticos somente sob prescrição médica e cumprindo corretamente as orientações de uso, com dose, horário e tempo indicado. Também é importante não compartilhar antibióticos, manter as vacinas em dia, melhorar a higiene das mãos e implementar políticas de saneamento básico”, orienta.

Diagnóstico rápido e preciso é aliado no enfrentamento da resistência bacteriana

O diagnóstico molecular auxilia na identificação precoce de patógenos e na definição de tratamentos mais assertivos, reduzindo o uso inadequado de antibióticos e o risco de agravamento de infecções. A Mobius, empresa que desenvolve e comercializa produtos destinados ao segmento de medicina diagnóstica focada na biologia molecular, oferece soluções que auxiliam hospitais e laboratórios no combate à resistência bacteriana.

O MDR Direct Flowchip Kit, por exemplo, permite a identificação simultânea de cinco espécies bacterianas (S. aureus, K. pneumoniae, P. aeruginosa, E. coli e A. baumannii) e 56 marcadores de resistência, incluindo os principais mecanismos enzimáticos, por meio de PCR multiplex e hibridização reversa. O exame possibilita resultados rápidos e de alta precisão em casos de infecções causadas por bactérias multirresistentes.

Já o Multi SEPSE Chip é indicado para o diagnóstico de sepse, condição grave que pode levar à falência de múltiplos órgãos se não tratada rapidamente. O teste permite a detecção simultânea do patógeno e de genes de resistência, favorecendo um tratamento direcionado e precoce. Isso aumenta as chances de recuperação do paciente e evita o uso de antibióticos ineficazes, reduzindo o desenvolvimento de novos mecanismos de resistência. A agilidade no diagnóstico é muito importante, pois a cada hora de atraso no tratamento da sepse eleva em 7,6% o risco de mortalidade, além de impactar diretamente na ocupação de leitos de UTI e nos custos hospitalares.

“XGEN Multi SEPSE Chip, é um teste que consiste em uma Amplificação Multiplex, onde cada amostra é amplificada em 2 Master Mix, e posteriormente a isso, realiza-se uma Hibridização reversa (Dot BLOT), que permite a detecção de 36 espécies de microrganismos, incluindo bactérias e fungos, assim como 20 genes de resistência a antibióticos, provenientes de amostras de Hemocultura, colônias isoladas, swabs retais e lavado broncoalveolar. Cada alvo está presente na membrana do chip em 2 posições, aumentando a sensibilidade e especificidade do teste, que possui também 9 controles do procedimento sem a necessidade de correr controles paralelos como Controles negativos e positivos, todo o procedimento consome aproximadamente 4 horas”, informa Mauricio Cichon, Assessor Científico da Mobius.

Sobre a Mobius

A Mobius faz parte de um grupo sólido de empresas com mais de 25 anos de atuação e grande expertise no mercado. Desenvolve, produz e comercializa produtos destinados ao segmento de medicina diagnóstica, fornecendo kits para o Diagnóstico Molecular in vitro de doenças infecciosas, oncologia, genética e sorologia, tornando o diagnóstico cada vez mais rápido e preciso. Mais informações, acesse www.mobiuslife.com.br

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