O programa ‘Agora Tem Especialistas’, iniciativa conjunta dos Ministérios da Saúde e da Educação, realizará neste sábado um grande mutirão de atendimentos médicos especializados em 45 hospitais universitários federais de todo o Brasil. A meta ambiciosa é realizar 10,3 mil procedimentos em um único dia, incluindo cirurgias, exames e consultas que normalmente têm longas filas de espera no Sistema Único de Saúde.
A ação, denominada ‘Dia E: Ebserh em Ação’, mobilizará milhares de profissionais de saúde, incluindo médicos especialistas, enfermeiros, técnicos e pessoal administrativo. Os procedimentos oferecidos abrangem diversas especialidades médicas, com destaque para oftalmologia, ortopedia, cardiologia, gastroenterologia e ginecologia, áreas que tradicionalmente apresentam maior demanda reprimida no SUS.
Entre os procedimentos mais aguardados estão as cirurgias de catarata, responsáveis por devolver a visão a milhares de brasileiros que aguardam há meses ou até anos na fila do SUS. Também serão realizadas cirurgias ortopédicas, como correções de hérnias e procedimentos em joelhos e quadris, além de exames complexos como endoscopias, colonoscopias e ecocardiogramas.
A distribuição geográfica dos atendimentos foi cuidadosamente planejada para garantir equidade regional. Os estados do Nordeste, que historicamente enfrentam maiores desafios no acesso a especialistas, receberão 35% do total de atendimentos. As regiões Norte e Centro-Oeste, também prioritárias, terão respectivamente 20% e 15% dos procedimentos.
O programa representa um novo modelo de gestão em saúde pública, integrando os recursos dos hospitais universitários federais com as necessidades do SUS. Além de reduzir filas, a iniciativa serve como campo de formação prática para estudantes de medicina e residentes, que participam dos atendimentos sob supervisão de professores experientes.
Para os pacientes selecionados, o mutirão representa muito mais que um procedimento médico. São histórias de vida que serão transformadas: trabalhadores que poderão voltar às suas atividades após cirurgias ortopédicas, idosos que recuperarão a independência com a correção de problemas de visão, mulheres que terão acesso a exames preventivos fundamentais.
A logística do evento impressiona pela complexidade. Cada hospital participante recebeu recursos adicionais para insumos, medicamentos e organização. Equipes de apoio foram mobilizadas para garantir que os pacientes, muitos vindos de cidades distantes, tenham transporte, alimentação e acolhimento adequados durante todo o processo.
O investimento total neste mutirão ultrapassa R$ 50 milhões, recursos que incluem não apenas os custos diretos dos procedimentos, mas também a preparação prévia dos pacientes, exames pré-operatórios e o acompanhamento pós-procedimento. Cada paciente continuará sendo acompanhado pelas equipes médicas até a completa recuperação.
A seleção dos pacientes seguiu critérios rigorosos de prioridade clínica e tempo de espera. Sistemas informatizados cruzaram dados das filas de espera locais com a disponibilidade de especialistas e recursos em cada hospital. Pacientes com maior risco clínico ou impacto funcional foram priorizados, sempre respeitando a ordem cronológica quando as condições clínicas eram equivalentes.
O sucesso desta primeira edição do ‘Dia E’ poderá transformar o programa em uma ação regular. O Ministério da Saúde já sinalizou a intenção de realizar mutirões trimestrais, com meta de reduzir em 40% as filas para procedimentos especializados até o final de 2026.
Para o futuro, o programa prevê a incorporação de telemedicina e inteligência artificial para otimizar a triagem e o acompanhamento dos pacientes. A experiência acumulada neste primeiro grande mutirão servirá de base para o aprimoramento contínuo da iniciativa.
Fonte: Ministério da Saúde