O turismo brasileiro alcançou um marco histórico no primeiro semestre de 2025, recebendo 3,8 milhões de visitantes internacionais, o maior número já registrado para o período. O resultado representa um crescimento de 12,4% em relação ao mesmo período de 2024 e supera em 15% os números pré-pandemia, sinalizando a completa recuperação e expansão do setor turístico nacional.
Os dados, divulgados pelo Ministério do Turismo em parceria com a Embratur, revelam não apenas o aumento quantitativo, mas também mudanças qualitativas significativas no perfil dos visitantes. O gasto médio por turista aumentou 18%, atingindo US$ 1.450 por pessoa, o que injetou aproximadamente US$ 5,5 bilhões na economia brasileira apenas no primeiro semestre.
A América do Sul continua sendo a principal origem dos visitantes, representando 48% do total, mas o crescimento mais expressivo veio de mercados distantes. Turistas asiáticos aumentaram 45% em relação a 2024, com destaque para China (+62%), Índia (+55%) e Coreia do Sul (+38%). O mercado europeu também apresentou recuperação robusta, com aumentos significativos vindos de Portugal (+25%), França (+22%) e Alemanha (+20%).
O Rio de Janeiro manteve a liderança como principal porta de entrada, recebendo 28% dos turistas internacionais, mas outras cidades apresentaram crescimento notável. Fortaleza surpreendeu com aumento de 35% no fluxo internacional, Salvador cresceu 30% e Florianópolis registrou expansão de 28%, demonstrando a diversificação dos destinos procurados.
Entre os fatores que impulsionaram este crescimento está a realização de grandes eventos internacionais. A Copa América de Futebol, sediada parcialmente no Brasil, atraiu milhares de torcedores sul-americanos. Festivais de música eletrônica em São Paulo e Rio de Janeiro tornaram-se referência mundial, competindo com eventos tradicionais europeus. O Carnaval de 2025, com ingressos esgotados em tempo recorde, confirmou seu status como um dos maiores espetáculos do planeta.
A estratégia digital da Embratur revolucionou a promoção do Brasil no exterior. Campanhas em redes sociais chinesas como Weibo e RED alcançaram mais de 500 milhões de visualizações, enquanto parcerias com influenciadores internacionais geraram conteúdo autêntico sobre destinos brasileiros menos conhecidos. O uso de realidade virtual em feiras internacionais permitiu que potenciais turistas ‘experimentassem’ o Brasil antes mesmo de viajar.
O ecoturismo emergiu como um dos segmentos de maior crescimento. A Amazônia registrou aumento de 40% no número de visitantes internacionais, com hotéis de selva operando com ocupação máxima. O Pantanal, recuperado dos incêndios de anos anteriores, viu seu fluxo turístico crescer 35%. Fernando de Noronha implementou com sucesso seu novo modelo de turismo sustentável, limitando visitantes mas aumentando a permanência média e o gasto per capita.
A infraestrutura aeroportuária brasileira respondeu bem ao aumento da demanda. O novo terminal internacional de Guarulhos, inaugurado no final de 2024, processou 20% mais passageiros com tempos de espera reduzidos. Acordos de céus abertos com novos países resultaram em 45 novas rotas internacionais diretas, facilitando o acesso ao Brasil de mercados anteriormente mal conectados.
O setor hoteleiro celebra ocupações médias de 78% no período, com picos de 95% em destinos praianos durante o verão brasileiro. Investimentos em novos empreendimentos somaram R$ 8 bilhões, com destaque para resorts all-inclusive no Nordeste e hotéis boutique em destinos de natureza. A qualificação profissional acompanhou o crescimento, com 150 mil trabalhadores capacitados em programas de hospitalidade.
A segurança, historicamente uma preocupação para turistas internacionais, mostrou indicadores positivos. Crimes contra turistas caíram 22% em relação a 2024, resultado de operações específicas de policiamento turístico e melhor iluminação em áreas de grande circulação. Aplicativos de segurança em múltiplos idiomas facilitaram a comunicação em emergências.
Para o segundo semestre, as perspectivas são ainda mais otimistas. A realização da Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro e a COP30 em Belém devem atrair não apenas participantes oficiais, mas também turistas interessados em combinar negócios com lazer. Projeções indicam que 2025 pode fechar com 8 milhões de turistas internacionais, estabelecendo um novo recorde histórico.
Fonte: Ministério do Turismo